quarta-feira, 25 de junho de 2008

boi bumba



Boi-Bumbá
O ritual original
O ritual era assim: Catarina, que estava grávida, tem desejos. Deseja comer, de acordo com a folgaça, a língua, o coração, o fígado, um órgão vital do boi mais bonito da fazenda de seu patrão, (o Amo do Boi).
Com medo de que seu filho nasça com a boca torta, Pai Francisco realiza esse desejo de Catirina e rouba o boi mais bonito, mata-o e se esconde. Pai Francisco é acusado, procurado, perseguido e preso pelos vaqueiros. E termina por confessar seu crime.
No ritual, o Amo chama o Dr. veterinário, Dr. curador, Dr. da Cachaça (hoje, o
Pajé indígena, feiticeiro) para trazer o boi de volta. E se consegue reviver o boi.
O crime de Pai Francisco não deixou de existir: o boi está vivo. Seu urro é ouvido com alegria e todos os participantes cantam, pulam, se confraternizam, porque mais uma vez o boi venceu a morte. E assim, anos a fio, a brincadeira de Boi-Bumbá vem sendo a razão de ser de muitos parintinenses.
O ritual do Boi-Bumbá retrata a forte mayseannemacedo@gmail.com dayse annemacedo@.com iscigenação: o negro cativo, típico no nodeste e que teve maior influência nesta brincadeira, revive suas festas, os rituais de sua terra distante. O índio, também cativo, buscou no boi uma fuga para sua situação, e nessa brincadeira incorporara suas características. O branco, pela situação de dominante, entrou na brincadeira de gaiato e era satirizado pelos escravos.

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